Discute-se se o bem de família perde a sua impenhorabilidade no caso de ter sido doado aos filhos do executado e da meeira, tendo permanecido como residência da família.
Conforme a jurisprudência do STJ, não há falar em fraude ao credor apta a destituir a proteção do bem doado pela embargada, pois não houve alteração na destinação original do imóvel, qual seja, a moradia da família. Nesse sentido,
REsp
n. 1.926.646/SP, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 15/2/2022, DJe de 18/2/2022.
Na hipótese, uma vez que foi constatado que o imóvel é utilizado como residência da meeira e do
executado de forma contínua, há que se manter a impenhorabilidade do bem de família.
Dessa forma, reconhecida a proteção do bem de família em relação à meação da esposa, que sequer é devedora na ação
principal, tal proteção se estende à totalidade do bem, visto que objetiva resguardar a família contra o desabrigo e não apenas prevenir o perdimento de bens da meeira.